O confronto desarmado
A participação da pré-candidata a presidência, Manuela d'Ávila, no Roda
Viva da TV Cultura, foi marcada por polêmicas e uma sucessão de erros de todos
os lados, ao meu ver.
O intuito de uma sabatina é apertar e extrair ao máximo o conteúdo do entrevistado, formular ideias, contrapor, sugerir, concluir. E, principalmente, em um âmbito tão complexo que é a escolha do presidente deste país, quanto maior e mais aprofundada for a conversa, melhor será o diálogo e a chance de evoluir.
Discorde ou não do posicionamento partidário dela, o que se viu foi uma
enxurrada de perguntas com conteúdo ideológico, relacionadas ao histórico do Comunismo e Socialismo. Por ser integrante de um partido assumidamente comunista; Não vejo problema algum em ser questionada sobre suas ideologias e
em algumas figuras históricas. Porém, em múltiplas vezes, a candidata foi
sobreposta e interrompida sem muita cerimônia. Talvez por respostas que não
satisfaziam as perguntas ou mera imposição dos integrantes da mesa.
Não acredito que Manuela tenha respondido a maioria das perguntas de
forma coerente ou relacionada com o tema proposto. Percebi vários desvios da
ideia central, como na questão das emigrações na Venezuela (ela disse que não
poderia focar exclusivamente nisso, mas creio que não podemos fechar os olhos a
isso), ou de projetos prioritários para o Brasil. Vi argumentos bons mas muitas
falas rasas. E uma tentativa de desassociar a sua imagem a de Lula, com intuito
de reafirmar seu apoio a uma suposta injustiça que ele tenha sofrido, mas
lavando as mãos. E, além disso, Manuela teve uma postura bem intensa ao
defender a sua candidatura, principalmente no ponto de uma possível desistência
a fechar uma frente de esquerda.
O intuito de uma sabatina é apertar e extrair ao máximo o conteúdo do entrevistado, formular ideias, contrapor, sugerir, concluir. E, principalmente, em um âmbito tão complexo que é a escolha do presidente deste país, quanto maior e mais aprofundada for a conversa, melhor será o diálogo e a chance de evoluir.
O que não pode existir é apenas uma pessoa falando e esta pessoa
respondendo. Por mais absurda ou valiosa ideia que A ou B defenda e exponha,
você pode sobrepô-la sem ser mal-educado e ofensivo.
É uma questão de dialética. Atropelar a fala alheia não é ético, tampouco republicano.
É uma questão de dialética. Atropelar a fala alheia não é ético, tampouco republicano.
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