Sexo, gênero e sexualidade - afinal, o que é ser trans?
As coisas com certeza
não são mais como nos tempos dos nossos pais, vivemos em um tempo em que a
sexualidade e o gênero começam a deixar de ser um tabu para então fazer parte
do individual de cada um, mas ao tempo deixam de ser algo que define a pessoa
como um inteiro, a sexualidade e o gênero então começam a sair dos moldes dos
estereótipos que até então nossos pais conheciam e adquirem inúmeras formas, mas
de maneira geral, a maior parte da humanidade (e se você não se identifica com
essa maior parte, melhor dá reseat porque algo deu merda) começa a ver a
sexualidade e o gênero como apenas uma
parte do indivíduo, um aspecto neutro, que muda pouco ou em nada na
personalidade alheia.
Palavras como cis e
trans, não binário, pansexual e até mesmo assexual, eram utilizados apenas em
consultórios de psicólogos ou no meio
de uma roda de sociólogos, hoje em dia são palavras comuns no meio da qualquer
conversa de amigos em universidades e escolas, mas afinal, o que é ser trans?
Ser trans interfere na sexualidade? O que é cis?
Gênero se refere a um grupo de características definidas
como feminino e masculino, isso nada tem a ver com o sexo, pois o gênero é um
conceito sociológico e o sexo biológico, além do que características que
referem ao gênero masculino ou feminino podem variar conforme a cultura de cada
sociedade.
Sexualidade se refere a que tipo de atração o indivíduo
possui com relação ao resto da humanidade, ela tem várias facetas, homo,
hétero, bi, pan e até mesmo assexual (isento de atração sexual) são apenas
alguns exemplos de conceitos que se referem a sexualidade.
Alguém que se refere a si mesmo como transexual nem sempre é
alguém que sofreu cirurgia de resignação sexual, ser transexual é se identificar
como um gênero mesmo sendo de um sexo que não corresponde a esse, simplificando
a ideia, é quando gênero e sexo não coincidem.
Ser trans não é a mesma coisa que ser homo e nem ser
travesti. Ser trans é um fenômeno social e psicológico. Ainda que cada mais vez
mais comum, o/a transexual ainda é vítima de preconceitos e ignorância por
várias pessoas e círculos, embora hoje exista um número quase infindável de
informações sobre esse grupo de pessoas e as gerações mais novas levem com
maior normalidade e tenham a mente mais aberta a cerca dessa população, o
Brasil ainda se mantém no topo do ranking dos países que mais mata transexuais
do mundo, ou melhor que mais mata pessoas que identifiquem em algum grupo LGBT.
Várias dúvidas ainda permeiam a sociedade sobre o modo de
inclusão dessa população, até que ponto os benefícios concedidos a tais pessoas
são forma de inclusão e não de privilégios acima dos demais?
Qual a melhor forma de incluir essas pessoas? Até que ponto
o gênero e a sexualidade podem ser expostos? Como devemos apresentar essas
questões para os mais jovens? Em que lugares há espaço para o debate desses
temas?
São apenas algumas dessas milhares de dúvidas que dividem
opiniões entre a população em geral, essa população sofre até mais transtornos
psicológicos do que qualquer pessoa normal e tem que passar a vida toda
sofrendo o estigma de não se encaixar em expectativas baseadas não em suas
escolhas pessoais, mas no que algumas pessoas consideram correto.
A internet como terra de ninguém (o que a maioria pensa que
é erroneamente) é um dos principais meios pelos quais ocorrem esse ataque, são
xingamentos, ameaças de morte e violência todos os dias muitos que ocorrem não
pela falta de informação mas sim pela imensa falta de empatia, a incapacidade
de se pôr no lugar da outra pessoa.
Dessa forma buscamos com essa série de textos e notícias não
apenas discutir questões que permeiam o meio trans, mas também incentivar a
empatia pela condição do outro e buscar assim o entendimento e respeito de
maneira geral.
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